A obra de Artur Lescher marca presença na arte contemporânea brasileira com instalações, esculturas e objetos que ocupam espaços com força e fluidez. Os procedimentos de suspensão, submissão e oposição de materiais estão presentes na maioria dos trabalhos do artista. Para isso, utiliza-se principalmente da madeira e do metal, criando instalações de grandes dimensões, de caráter geométrico, nas quais a relação com o espaço é um fator determinante. Já suas esculturas sustentam-se solitárias, trazendo à tona todo o poder formal e material das escolhas do artista, onde utilizando materiais diversos, como metal, pedra ou madeira, cria obras que evocam o design e lembram objetos conhecidos, mas destituídos de sua função.
Seus trabalhos integram as coleções do The Museum of Fine Arts, Houston, e Philadelphia Museum of Art (ambos nos EUA), MALBA – Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Argentina), Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outras.
O artista participou das edições de 1987 e 2002 da Bienal de São Paulo e da edição de 2005 da Bienal do Mercosul em Porto Alegre, Brasil, onde também atuou como curador. Expôs em diversas mostras na América Latina, na Europa e nos Estados Unidos, além de duas mostras individuais, a primeira no Instituto Tomie Ohtake (2006), em São Paulo, e a segunda no Palais d’Iéna (2017), em Paris. Recentemente expôs na Estação Pinacoteca, em São Paulo (2019), além de apresentar individuais em diversas galerias nacionais e internacionais (contando com países como México, Uruguay, França, Espanha e Estados Unidos).
Na 19ª Bienal de São Paulo, Lescher apresentou a obra "Aerólitos", trabalho de dimensão arquitetônica composta de dois balões de onze metros de comprimento. Posteriormente o artista irá aprofundar esta pesquisa em trabalhos como "Indoor Landscape" (2005), "Cachoeira" (2006), a série de "Metaméricos" e "Rio Máquina" (2009). Este último é um trabalho que denota claramente a relação de tensão proposta pelo artista em muitos de seus trabalhos: a natureza contida, trabalhada, limpa, transformada em objeto de uso, ainda que, neste caso, estético.
Adolfo Montejo, em texto de 2009, conclui que “a última armadilha dessas esculturas é, portanto, sua natureza/forma paradoxal: aparência detida, pousada, mas vibrante. O estado latejante que não visa ser definitivo nem para elas, nem para nós”.