Desenvolvendo instalações, desenhos e assemblages, Rufino lança mão de objetos encontrados ou de seu acervo pessoal para construir sua poética a partir de uma investigação centrada na memória emocional ou familiar. Expôs no The Andy Warhol Museum, nos E.U.A.; na 6ª Bienal de Havana, em Cuba; na 1ª Bienal de Arte Contemporânea do fim do Mundo, no Ushuaia; na 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, e na 25ª Bienal Internacional de São Paulo, ambas no Brasil. Rufino faz parte da coleção do Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói e de Curitiba, do Museu Oscar Niemeyer e do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) em Recife.
No início da década de 1980, Rufino trabalhava com arte postal, mas depois, a correspondência tornou-se ponto de partida para uma outra exploração. Na série "Cartas de areia", iniciada nos anos 1990, o artista escrevia, desenhava e pintava sobre cartas de sua família. Em sua primeira exposição individual, em 1995, Rufino apresenta "Respiratio", instalação composta de gavetas preenchidas por cimento. Neste momento, Rufino volta-se à memória não mais estritamente pessoal das cartas de família, mas à memória comum, do desgaste provocado pelo tempo, e seus possíveis desdobramentos.
Em obras como "Murmuratio" (2001), "Summa" (2004) ou "Nostrum spiritus rebellis, Nostrum spiritus domitus" – que faz parte da coleção Itaú Cultural – Rufino utiliza elementos do mobiliário antigo ou colonial, desconfigurando seu uso e criando uma atmosfera que remete à um outro tempo. Para o crítico e curador Rodrigo Moura, “Quase toda a obra do artista paraibano se baseia na apropriação de arquivos, documentos e narrativas ligados a sua história pessoal, mas também conectados a contextos mais amplos e públicos. No limite, trata-se de aproximar história cotidiana e autobiografia, e estas à memória coletiva.”