Cristina iniciou sua carreira artística trabalhando com desenho e pintura no Parque Lage, Rio de Janeiro, na década de 1980. Após firmar-se na cena brasileira como parte da Geração 80, juntamente com artistas como Beatriz Milhazes e Adriana Varejão, recebeu uma bolsa atelier-residência do Estado de Brandemburgo, na Alemanha, para realizar um projeto artístico no Castelo Wiepersdorf, e uma bolsa do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico ( DAAD) para estudar na Academia de Artes de Düsseldorf, onde permaneceu até 1995. Durante este período, estudou pintura sob a tutela do artista conceitual holandês Jan Dibbets.
As pinturas de Cristina Canale combinam abstração e representação. Suas imagens parecem retratar um mundo líquido onde alguns elementos reconhecíveis surgem dentre campos cromáticos sobrepostos. Há décadas, seu trabalho investiga a história da pintura e da representação e seu contínuo desenvolvimento. As obras do início de sua carreira são físicas, repletas de matizes escuros, linhas sólidas e impasto. Em meados da década de 1990, Cristina mudou-se para a Alemanha e adotou uma paleta de cores mais luminosa e menos impastada, trabalhando com a sensibilidade das linhas e áreas de cor.
Seus trabalhos mais recentes revelam influências do fauvismo, pós-impressionismo e neoexpressionismo, em retratos de paisagens, pessoas, e cenas domésticas, que lembram temas pré-modernos e do início do período modernista. Em toda sua obra, a artista combina o literal e o lírico, celebrando a maleabilidade e a magia da pintura em ambientes lúdicos.
Cristina Canale expôs na 21ª Bienal de São Paulo (São Paulo, Brasil, 1991); e na 6ª Bienal de Curitiba (Curitiba, Brasil, 2011). Algumas de suas individuais mais recentes foram: "Zwischen den Welten" (Kunstforum Markert Gruppe, Hamburgo, Alemanha, 2015); "Entremundos" (Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil, 2014); "Entre o ser e as coisas" (Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil, 2014); e "Protagonista e domingo" (Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil, 2013). Também recentemente, participou das coletivas "#2018" (Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil, 2018); "A cor do Brasil", com curadoria de Paulo Herkenhoff e Marcelo Campos, no Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro, 2016), e "Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos" , OCA, (Sao Paulo, 2017).