A obra de Caetano Dias tem como um de seus eixos o corpo. É importante ressaltar que se trata do corpo entendido de forma ampla, imerso em determinado espaço, em determinada cultura, assim como na história. Um corpo em constante processo de constituição e dissolução que, assim como a memória, outra das grandes questões recorrentes em seus trabalhos, é feito de marcas e esquecimentos. As questões sobre o corpo são muito abrangentes e envolvem erotismo e efemeridade, ou seja, sua relação com o mundo e com o outro, assim como com a morte. As ideias elaboradas por Georges Bataille, autor que ressalta a intrínseca ligação do erotismo com o sagrado e com a morte, permitem um acesso à poética de Caetano. Como estado de dissolução, o erotismo, quer seja dos corpos, dos corações ou explicitamente vinculado ao sagrado, alcança o que temos de mais íntimo, acende o desejo de exceder limites, conduzindo ao mais profundo que se pode alcançar, a uma intimidade onde o eu se expande e se dilui. Os trabalhos do artista revelam a inquietude humana, presente nos enigmas do corpo e enraizada na consciência da morte.
Destacam-se as exposições realizadas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Paço das Artes, no Ludwig Museum, bem como a III Bienal da Bahia, a XVI Bienal de Arte de Cerveira, a II Trienal de Luanda, o 29 Panorama da Arte Brasileira. Já foi contemplado com diversos prêmios, entre eles a Residência LabMIS/SP, o Prêmio VII Salão MAM/BA, entre outros.