“Canta Forte/Canta Alto, da série Samba Exaltação”
Canta Forte/Canta Alto, da série Samba Exaltação
(Cód. 12965)
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Data
2021-2024 -
Técnica
impressão lenticular montada em backlight -
Dimensões
(A x L x P) 51 x 40 x 7 cm -
Edição
15 + 3PA -
Acompanha certificado de autenticidade
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"No ano do Carnaval ausente de 2021, em que as ruas não puderam ser engolidas pelo desejo dos corpos libertos e fantasiados de delírio, ocupamos a cidade com luz e samba, vermelho e silêncio. Tanto pela evidência de sua ausência, ou pela afirmação de sua presença, o projeto traz o ritmo não apenas como música, mas enquanto saber ancestral. Quando nos vemos sem caminhos, voltamos aos anciãos por orientação, e assim nos dirigimos ao samba com a reverência direcionada a quem nos ensinou a caminhar, dançar e, acima de tudo, habitar e tensionar a precariedade e a entropia. elementos das obras.
Este projeto de intervenções urbanas ocorreu simultaneamente na Estação da Luz e na Biblioteca Mário de Andrade em São Paulo. Na primeira, iluminamos o clamor “NãoDeixe oSambaMorrer/Acabar”, de Edson Conceição e Aloísio Silva, que se tornou conhecido na voz de Alcione em 1975. Na segunda, “Canta Forte/Canta Alto”, evocando o refrão de “Canta, canta, minha gente”, gravada por Martinho da Vila em 1974. Diante dos trabalhadores e trabalhadoras, dos cidadãos e cidadãs que transitam, habitam e transformam acidade, o samba se materializa enquanto voz que emana da rua e que insiste em reluzir silenciosamente. elementos das obras.
Para a Carbono Galeria, transformamos as imagens de registro das intervenções urbanas em impressões lenticulares montadas embacklight. A técnica permite que possamos ver as duas frases de cada obra, revelando os dois versos de cada canção conforme nos movimentamos ao redor das caixas de luz. Desta maneira as obras se colocam entre a fotografia e o cinema, a luz gráfica e a luz projetada, o poema e a canção.
Assim, como forma última de reinventarmos nossas existências, voltamos ao samba enquanto saber que verte dos terreiros e se coloca em movimento no mundo. Buscamos nele a cura simbólica para nossas presenças. Conclamamos, portanto, ao canto, à malandragem e ao saber ancestral das encruzilhadas como formas últimas de existir e resistir."
Felippe Moraes