Formado em desenho industrial pela PUC-Rio e mestre em desenho de tipográfico pela Universidade de Reading (UK), Eduardo Berliner iniciou sua formação artística em 1998, com cursos ministrados por Charles Watson.
Em seu processo de trabalho, Eduardo Berliner enxerga o desenho como um trabalho independente, e muitas vezes também, como um passo inicial em direção à pintura, como a materialização e o mapeamento das suas idéias originais. Quando
apresentados no mesmo espaço, eles funcionam como um guia para o grupo de pinturas, não explicando mas fortalecendo as associações complexas entre as obras, ou nas palavras do próprio artista: “o grupo de desenhos pode ser pensado como um subconsciente das pinturas; são portas de entrada, porém não indicam para onde fica a saída”. O acúmulo desse material abre uma ampla e nebulosa area de interesse, a qual irá abrir caminho para as pinturas.
O ponto de partida para as pinturas é variável, às vezes Berliner parte de um simples desenho de linhas baseado em memórias, enquanto em outras o artista sente a necessidade de trabalhar por mais tempo antes de chegar à tela, evoluindo através de fotografias, pequenos videos, o próprio relacionamento com os materiais no ateliê, desenhos, aquarelas e construindo objetos e cenários. As pinturas de Berliner retratam um estado de incerteza e duvida, no qual a conexão entre elementos na mesma tela tanto quanto entre os próprios trabalhos ecoa a forma como a informação é absorvida ao longo dos anos e como a memória reorganiza, conecta e transforma as coisas, inclusive criando novas relações que não estavam inicialmente presentes. Berliner afirma que sua intenção não é determinar um sentido específico para cada trabalho ou mesmo para o conjunto, mas criar um espaço para analisar a complexidade das relações e as distorções produzidas nas nossas memórias.
Participou da 30ª Bienal de São Paulo (2012) e expôs individualmente no CCBB (RJ/2013) e em 2014 expôs na Casa Daros, RJ durante o semestre dedicado a pintura. Em 2015 apresentou a individual A presença da Ausência, na Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro, Brasil, e participou das exposições "E se quebrarem as lentes empoeiradas?", no Instituto Tomie Ohtake; "Pangaea II" , na Galeria Saatchi em Londres; "Dark Mirror- Arte latino americana desde 1968" , Wolfsburg Kunstmuseum, Alemanha; e "Projeto Respiração", Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro. Em 2016 teve sua segunda exposição individual na Casa Triângulo e participou da exposição "A cor do Brasil", MAR-Museu de Arte do Rio. Em dezembro de 2017 expôs o trabalho coletivo, "Projeto Cavalo: Quadrivium 8 patas" (Jacarandá, Rio de Janeiro). Recentemente, contou com uma individual, "A Forma dos restos", na Casa Triângulo, São Paulo, Brasil.
Foi vencedor do prêmio Marcantonio Vilaça em 2010 e finalista do prêmio PIPA em 2011.