Exposição

Múltipla de Múltiplos

A exposição “Múltipla de múltiplos”, que inaugura a galeria Carbono em São Paulo sob curadoria de Ligia Canongia, apresenta o múltiplo como prática central da arte contemporânea, reunindo artistas, obras, linguagens e suportes diversos para ampliar o acesso público à arte. Inspirada em nomes como Duchamp, Warhol e Beuys, a mostra valoriza a tiragem como forma de difusão sem perda da experiência estética, reforçando o múltiplo como estratégia de democratização cultural. Longe de reduzir a obra a mercadoria, o múltiplo expande seu alcance, renova seu sentido e integra novos públicos, mantendo intacta sua potência artística.

  • Múltipla de Múltiplos

A exposição “Múltipla de múltiplos”, que inaugura a galeria Carbono em São Paulo, é uma curadoria que propõe um profícuo conceito do gênero de múltiplo, prática hoje muito comum da produção de arte contemporânea, porque permite reunir grande diversidade de artistas, obras, linguagens e suportes e porque a exposição – assim como os múltiplos, em particular e por princípio – propõe maior amplitude do acesso público à obra de arte.

Muitos artistas já abordaram a importância social dos trabalhos artísticos executados em série, como Duchamp, Man Ray, Max Bill, Joseph Beuys e Andy Warhol, sempre ressaltando que as tiragens não eliminam a experiência espiritual da obra única, mas, ao contrário, constituem uma estratégia prodigiosa de disseminação dos seus efeitos.
Hoje, as edições assumem um caráter mais pragmático e menos conceitual, conservam um essencial protagonismo de disseminação da ideia artística.

Produzir um múltiplo é projetar a obra além dos aspectos fetichistas e ritualísticos do trabalho do original, assinando-se com ênfase a moderna mudança de visão do individualismo contemporâneo e, sobretudo, incrementa a capacidade da arte de se tornar uma experiência mais democrática de cultura.

O múltiplo não coloca em jogo apenas o trabalho do artista e uma mercadoria ou valor mercadológico, mas favorece a integração de novos públicos no campo de imagem, apenas traz consigo a consciência de que esse valor foi transformado em algo mais acessível ao público.
O múltiplo é a obra que se expande e se renova, indo encontrar-se com outros olhares e diferentes formas de estar no mundo, mantendo intacta sua força artística.