Uma das artistas brasileiras contemporâneas de maior renome internacional, Regina Silveira faz instalações, objetos e obras bidimensionais. Dentro da extensa lista de exposições das quais participou em mais de trinta cidades, podemos destacar as 17ª e 24ª edições da Bienal de São Paulo, 3ª e 8ª edições da Bienal do Mercosul, 6ª Bienal de Taipei, 11ª Bienal de Cuenca. Ganhadora de diversos prêmios e residências, foi contemplada com bolsas da John Simon Guggenheim Foundation, Fulbright Foundation e Fundação Civitella Ranieri. Figura nas coleções do Blanton Museum of Art (EUA), MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo e Bahia, e do Museu de Arte de Santa Catarina, entre outras.
Durante a década de 1960, Regina Silveira forma-se como artista, produzindo principalmente gravuras geométricas. Na década seguinte, vai começar a utilizar mídias distintas num mesmo trabalho e, de forma precursora, fazer trabalhos com vídeo, fotografia, colagem, xerox, postais. Daí em diante, volta sua atenção cada vez mais à temática da ocupação do espaço, desenvolvendo projetos que subvertem a perspectiva, a representação e a percepção do espectador. Nos anos 1990, a artista projeta-se internacionalmente através dos diversos prêmios, residências e bolsas com os quais foi contemplada. Aproxima-se ainda mais dos meios tecnológicos e chega a afirmar que o que faz é uma “forma de computação feita à mão”. Alia-se a isso a especificidade das obras para o contexto arquitetônico e espacial onde se encontram. Assim, através de impressões vinílicas, jogos de luz e sombra, colagens e outras interferências diretas sobre os locais, Regina Silveira apresenta seu discurso poético mais recente. Ao longo de sua carreira acadêmica, participa da formação de diversos artistas que hoje atuam no cenário cultural brasileiro e internacional.
Para Tadeu Chiarelli, a artista tem duas principais influências que delineiam sua obra e “trouxe como resíduos saudáveis de sua experiência com Iberê Camargo o tom soturno de seus trabalhos, o gosto pela deformação expressiva dos signos, a desconfiança irrestrita em relação à eficácia, nos dias de hoje, da arte e seus códigos institucionalizados. Com Duchamp, essa desconfiança transformou-se em ironia implacável, em mordacidade voltada para a desestabilização dos conceitos cristalizados de arte”.