• DELIGHT – DENY
  • DELIGHT – DENY

Ana Maria Tavares

“DELIGHT – DENY”

DELIGHT – DENY

  • Data

    2024
  • Técnica

    impressão sobre seda
  • Dimensões

    (A x L) 44.5 x 178.5 cm
  • Edição

    10

  • Acompanha certificado de autenticidade


Preço normal R$ 3.000,00
Preço normal Preço promocional R$ 3.000,00
Disponibilidade imediata

Desde 1998, a artista Ana Maria Tavares tem utilizado palavras e expressões cotidianas em diversos idiomas, incorporando a linguagem como um elemento conceitual, fundamental em sua obra. Essa abordagem revela uma perspectiva crítica sobre o uso dos mecanismos instituídos pela propaganda que sempre buscou influenciar pessoas e nelas criar uma ilusão de empoderamento pessoal. Tal como nas redes sociais ou na indústria do turismo, a linguagem utilizada sempre objetiva capturar o sujeito e o resultado mais perverso desse processo é a ilusão de poder, prazer e autoestima. No caso da produção de Tavares, as palavras e expressões utilizadas se apresentam esvaziadas de contexto, mas sua ressonância abre espaço para a reflexão. A peça “wereable” criada pela artista em forma de echarpe brinca com as palavras em inglês, IDESIRE, IDELIGHT e IDENY (desejo, prazer e recusa) como forma de alerta sobre como navegamos no mundo capitalista onde é cada vez mais difícil decidir sobre nossas escolhas individuais sem a influência do mundo materialista. Nestes últimos anos, a artista vem colecionando palavras e expressões familiares que resulta também na criação de “mantras da contemporaneidade”. A sonoridade obtida pela repetição dos temas escolhidos acaba também introjetando no sujeito a consciência crítica em relação à realidade material e espiritual.

Mais obras de Ana Maria Tavares

Biografia

Ana Maria Tavares

Ana Maria Tavares

n. 1958, Belo Horizonte (MG), Brasil | Vive e trabalha em São Paulo (SP), Brasil

Ana Maria Tavares é bacharel em Artes Plásticas pela FAAP (1978–1982), mestre pela School of the Art Institute of Chicago (1984–1986) e doutora pela Universidade de São Paulo (1995–2000). Foi contemplada com as bolsas Guggenheim Foundation Grant (NY, 2001), Ida Ely Rubin Artist in Residence no MIT (Massachusetts, 2007) e Lynette S. Autrey Visiting Scholars na Rice University (Houston, 2014). Pesquisadora e docente em artes desde 1982, atuou na ECA/USP entre 1993 e 2017 nos programas de Graduação e Pós-Graduação. Em 2016 recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte de Melhor Retrospectiva do Ano com a mostra individual "No próprio lugar: uma antologia da obra de Ana Maria Tavares", apresentada na Pinacoteca de São Paulo.

Em sua produção, a compreensão de que natureza tropical e arquitetura são construções ideológicas no centro da tríade modernismo, modernidade e modernização leva à conceituação de obras que questionam as implicações políticas, econômicas e sociais do movimento moderno no Brasil, expondo a cumplicidade entre o ambiente construído e as utopias da eugenia discutidas pela historiadora da arte Fabiola López-Durán. A obra de Tavares atravessa dicotomias da modernidade como progresso e atraso, beleza e feiura, pureza e contaminação.

Seus trabalhos recentes confrontam técnicas industriais e artesanais, incorporando o ornamento, elemento excluído da arquitetura moderna, para interrogar gênero, raça e alteridade, temas frequentemente ausentes das narrativas celebratórias do modernismo. Desde a década de 1990, sua pesquisa se concentra na natureza tropical, seja por meio de releituras de Burle Marx (1909–1994), dos nenúfares Victoria Amazônica ou das bacias hidrográficas brasileiras, em diálogo com arquitetos modernistas como Adolf Loos (1870–1933), Le Corbusier (1887–1965), Oscar Niemeyer (1907–2012) e Lina Bo Bardi (1914–1992).

Sua primeira exposição ocorreu em 1982, marcando o início de sua trajetória no Brasil e no exterior. Participou de quatro edições da Bienal Internacional de São Paulo (1983, 1987, 1991 e 2000), da "VII Bienal de Havana" (2000), da "Bienal de Pontevedra" (2000), da "Bienal de Istambul" (2001) e da "Bienal de Cingapura" (2006). Entre as exposições individuais no Brasil, destacam-se: "Porto Pampulha" (1997) no MAP Museu de Arte da Pampulha; "Relax’o’vision" (1998) no MuBE Museu Brasileiro da Escultura; "Enigmas de uma Noite" (2004) no Instituto Tomie Ohtake; "Tautorama" (2013) no Paço das Artes; "Natural-Natural: Paisagem e Artifício" (2013) no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura; "Atlântica Moderna: Purus e Negros" (2014) no Museu Vale; "Cárceres a Duas Vozes: Piranesi e Ana Maria Tavares" (2015) no Museu Lasar Segall; "Deviating Utopias with Victorias Regias" (2015) na Galerie Stöeckle Hauser, em Stuttgart; "Forgotten Mantras" (2016), "O Real Intocável" (2019) e "Naturalítica e Hierbabuenas" (2023) na Galeria Silvia Cintra, no Rio de Janeiro; e "Campo Fraturado, SOS" (2021), trabalho site specific no Museu de Arte.