O trabalho de Camille Kachani mescla fotografia, colagem e escultura, para falar sobre conceitos como identidade e pertencimento, a partir de referências auto-biográficas, e de como estes se formam a partir da aquisição de cultura, ou seja, como a identidade é construída/dissolvida, num eterno movimento.
Este movimento é baseado também na cultura midiática de estímulos, principalmente visuais, que recebidos exaustivamente no dia-a-dia. O bombardeio de informações passa a impor ao indivíduo uma espécie de captação seletiva, abrindo mão da contemplação. Na série Invisíveis, o artista apresenta objetos que são recorrentes no cotidiano e não são “processados” ao olhar do cidadão em trânsito. Carros usados, engradados de cerveja e cones de trânsito recebem um revestimento diferente, como a pelúcia, ou uma cor mais chamativa. O resultado é uma aproximação deste objeto esquecido.
Kachani faz sua produção em séries temáticas e se compromete fielmente a um período de produção se baseando nesta série. O uso de diferentes materiais torna possível seguir para uma nova série que lhe causa encantamento.
“São desenhos arquitetados por uma crença liberta da autonomia, ou dos dogmas construtivistas. O industrial, o estrutural e o funcional são completamente recobertos pela ficção, pelo efeito.” Marcelo Campos.
O artista tem obras nos acervos dos principais museus do Brasil. Entre as principais exposições destacam-se: MAC SP ; TRIO Bienal Internacional do Tridemensional/ Rio de Janeiro (2015) ; Anna Maria Niemeyer: um caminho, Paço Imperial/RJ (2013) ; Espelho Refletido, CC Helio Oiticica, RJ (2012) ; MAM/RJ (2010) ; MAC/PR, Paço das Artes/ SP (2008), XIV Biennale Internationale de Nancy, França (2006), MoLAA, EUA (2004).